Imuno-histoquímica em medicina personalizada: do diagnóstico preciso à decisão terapêutica

A imuno-histoquímica em medicina personalizada conecta a morfologia (“como o tumor se parece”) à biologia (“como ele se comporta”), ao identificar proteínas e vias ativas que orientam o diagnóstico, estadiamento e escolha de terapias. Para o clínico e o oncologista, isso significa transformar a lâmina em informação acionável, com previsibilidade de resposta, seleção de terapias-alvo, elegibilidade para imunoterapia e monitoramento de resistência.O que é e por que ela é central na personalização do cuidado?

A imuno-histoquímica em medicina personalizada utiliza anticorpos específicos para detectar proteínas em tecidos fixados, preservando a arquitetura tumoral. O resultado é uma assinatura proteica interpretada pelo patologista em um contexto clínico e radiológico.

Na prática, a imuno-histoquímica (IHQ):

– Diferencia tumores morfologicamente semelhantes;

– Confirma a origem de metástases;

– Estratifica risco/prognóstico;

– Seleciona e prioriza terapias-alvo e imunoterapias com base em biomarcadores.

Da lâmina ao tratamento: biomarcadores que mudam condutas

Como companion diagnostics, painéis de imuno-histoquímica guiam decisões terapêuticas com acesso rápido, boa reprodutibilidade e custo competitivo. Exemplos frequentes de aplicação clínica:

– HER2: elegibilidade para anti-HER2 em mama e estômago; papel emergente em tumores sólidos HER2-low;

– PD-L1: seleção/estratificação para inibidores de checkpoint em pulmão e outros tumores;

– ALK/ROS1 (pulmão): triagem e/ou confirmação para terapias-alvo;

– Claudina 18.2 (gástrico): indicação potencial para anticorpos direcionados;

– IDH1 R132H e ATRX (gliomas): classificação integrada e implicações prognósticas;

– MLH1, MSH2, MSH6, PMS2 (dMMR/MSI): síndrome de Lynch e indicação de imunoterapia;

– BRAF V600E (melanoma, CCR, gliomas, tireoide): elegibilidade para inibidores BRAF/MEK;

– Marcadores de fusão em sarcomas: diagnóstico específico com menor custo e tempo quando comparado a algoritmos puramente moleculares.

Em muitos cenários, a imuno-histoquímica antecipa ou direciona exames moleculares, priorizando recursos e encurtando o tempo até o tratamento.

A força da imuno-histoquímica em medicina personalizada depende de rigor técnico:

1. Pré-analítica

Fixação em formol tamponado 10% sem atraso; tempo e espessura de corte adequados.

2. Controles e clones validados

Seleção de anticorpos apropriados e execução sob protocolos padronizados.

3. Qualidade interna/externa

Controles positivos/negativos em cada batelada, manutenção de equipamentos e participação em programas de proficiência.

4. Laudo estruturado

Critérios de positividade e escores claros (ex.: CPS/TC em PD-L1, escala HER2), além de correlação morfológica.

Onde a imuno-histoquímica encontra e potencializa os testes moleculares

Imuno-histoquímica e biologia molecular não competem, se complementam. Sequenciamento (NGS), FISH e PCR refinam o que a imuno-histoquímica sinaliza, enquanto a IHQ confirma tradução proteica e expressão funcional de alvos. O fluxo inteligente costuma ser:

– Hipóteses morfológicas + painel IHQ inicial;

– Triagem/seleção de casos para testes moleculares;

– Integração dos resultados no tumor board;

– Decisão terapêutica personalizada.

Alguns dos benefícios identificados tanto para o paciente quanto para o sistema de saúde são:

Agilidade: resultados rápidos aceleram o início da terapia.

Custo-efetividade: evita testes moleculares desnecessários e retrabalhos.

Precisão clínica: melhora a taxa de acerto no diagnóstico e na indicação de terapias.

Acesso: tecnologia disseminada, com infraestrutura mais acessível que plataformas exclusivamente genômicas.

O Cipac é especialista em imuno-histoquímica, com foco em padronização, rastreabilidade e precisão clínica, entregando diagnósticos mais precisos, uma seleção terapêutica embasada e melhor uso de recursos. Em ambientes como o nosso, que respeitam a pré-analítica, validam clones e padronizam escores, a imuno-histoquímica encurta a distância entre a lâmina e a decisão que muda o tratamento.

No Cipac, essa prática é diária, com imuno-histoquímica especializada, protocolos robustos e laudos orientados à ação, para que cada paciente tenha um plano verdadeiramente personalizado.

Leia também: Uso da imunohistoquímica em tumores raros.

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