Qual a diferença entre leucemia e linfoma?

Apesar de apresentarem algumas similaridades, leucemia e linfoma são dois tipos de câncer no sangue que envolvem glóbulos brancos, mas que possuem aspectos diferentes entre si, e é disso que trataremos ao longo desse artigo.

O que é leucemia e linfoma?

É importante compreender a particularidade de cada uma dessas doenças, pois são suas diferenças que regem o diagnóstico e o tratamento do paciente. A leucemia é uma forma de câncer do sangue que se caracteriza pela produção de glóbulos brancos (leucócitos) anormais na medula óssea, que passam a se multiplicar desenfreadamente, passando a substituir as células sadias. Dessa forma, a doença costuma causar anemia, infecções e problemas hemorrágicos, impactando fortemente a qualidade de vida da pessoa acometida.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Brasil apresenta cerca de 11 mil casos de leucemia a cada triênio.

A doença pode ser classificada de quatro formas:

– Leucemia linfoblástica aguda (LLA): afeta células linfoides, importantes para a proteção do corpo contra infecções. Costuma avançar rapidamente, sendo o tipo de leucemia mais comum em crianças, mas também presente em muitos adultos;

– Leucemia mieloide aguda (LMA): atinge as células mieloides, responsáveis por produzirem os glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas. Tende a progredir rapidamente, sendo mais frequente em adultos do que na população infantil;

– Leucemia linfocítica crônica (LLC): afeta as células linfoides, mas evolui mais lentamente do que as leucemias agudas, sendo mais comum em adultos mais velhos;

– Leucemia mieloide crônica (LMC): atinge as células mieloides, avançando lentamente nas fases iniciais, sendo mais comum em adultos.

Já o linfoma é um câncer que afeta o sistema imunológico, responsável por combater infecções e outras lesões, podendo ocorrer em qualquer parte do corpo, sendo comuns nos linfonodos, no trato gastrointestinal (cólon, estômago e intestino), nos ossos e na pele.

No Brasil, conforme dados do Inca, cerca de 10 mil novos casos da doença são diagnosticados anualmente, enquanto, infelizmente, aproximadamente 4 mil pacientes perdem suas vidas todos os anos devido ao linfoma. É importante ressaltar que, em 20 anos, a incidência de linfomas dobrou, gerando uma preocupação ainda maior dos médicos devido à falta de informação a respeito desse tipo de câncer na sociedade.

Existem dois tipos principais de linfoma:

– Linfoma de Hodgkin: quando há a presença de células anormais denominadas de Reed-Sternberg;

– Linfoma não-Hodgkin: abrange uma variedade de subtipos de câncer que afetam diferentes células do sistema linfático.

Diante disso, podemos dizer que a primeira grande diferença entre leucemia e linfoma é o tipo de célula afetada: enquanto no linfoma, o problema se dá nos linfócitos, um tipo específico de glóbulo branco, na leucemia, além dos linfócitos, outras células sanguíneas também podem apresentar malignidades.

Outro ponto crucial entre leucemia e linfoma é o local de origem do câncer. Mesmo que ambas as doenças atinjam células sanguíneas, a leucemia, por exemplo, se desenvolve na medula óssea, um tecido localizado dentro dos ossos. Enquanto isso, linfoma inicia nos linfonodos, também chamados de gânglios linfáticos, e no sistema linfático.

Sintomas e diagnóstico de leucemia e linfoma

Leucemia e linfoma podem apresentar sintomas similares ou não específicos, o que pode dificultar o diagnóstico.

O comportamento do linfoma depende de fatores, como o tipo, grau e potenciais alterações moleculares nas células cancerosas. Seus sintomas variam e podem abranger:

– Inchaço dos gânglios linfáticos, em regiões como pescoço, axilas ou virilha; aparecimento de nódulos visíveis através de exames de imagem; fadiga constante; febre; calafrios; suor noturno; perda de peso sem motivo aparente.

Já na leucemia, os sintomas se originam do impacto na capacidade de produzir células sanguíneas saudáveis, por isso, variam dependendo do tipo da doença. Geralmente incluem sinais como:

– Dores em ossos e articulações; cansaço frequente; fraqueza; pele pálida; sangramentos ou hematomas; febre; perda de peso; gânglios linfáticos inchados; baço e fígado aumentados.

Leucemia e linfoma recebem processos de diagnostico próprios, exigindo que sejam avaliados pelo médico em relação ao seu histórico clínico e um exame físico completo. Para suspeitas de leucemia, incluem-se: exame de sangue, exames de imagem e uma biópsia de medula óssea, podendo requisitar também testes moleculares e análises citogenéticas para uma avaliação mais aprofundada.

Para diagnóstico do linfoma, o médico pode realizar uma biópsia do tecido afetado. Através da análise patológica do fragmento coletado, o relatório fornece dados fundamentais que permitem antever o comportamento da doença e indicar o tratamento mais adequado para cada quadro.

Alguns tipos de leucemia e linfoma evoluem lentamente, o que dá aos profissionais e ao paciente uma oportunidade mais ampla de detecção em estágios iniciais, que geralmente possibilitam tratamentos mais eficazes e menos invasivos, melhorando a perspectiva do paciente.

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