Tudo o que você precisa saber sobre líquen escleroso

Também conhecido como líquen escleroatrófico, o líquen escleroso é uma condição muito relevante, mas que, infelizmente, possui um diagnóstico tardio ou incorreto, provocando demora no tratamento apropriado.

Essa doença caracteriza-se por ser autoimune, inflamatória, benigna e crônica, frequentemente causada por certas predisposições genéticas. O líquen escleroso é conhecido provocar machas brancas e finas na região íntima, alterando o tecido genital. Identificar a condição torna-se primordial, não apenas para alívio dos sintomas, mas também para evitar possíveis complicações, mais difíceis de tratar.

Continue lendo para saber mais sobre essa condição que afeta predominantemente mulheres.

Entenda as causas e atente-se aos sintomas do líquen escleroso

O líquen escleroso ocorre devido a uma degradação do colágeno na região genital, acometendo principalmente as mulheres em seus períodos de alteração hormonal, como após a primeira menstruação, no climatério e na menopausa, porém, é passível de ocorrer em qualquer faixa etária.

A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia conceitua a doença como uma dermatose inflamatória que afeta tanto a epiderme quanto a derme da localização vulvar, com incidência predominante em mulheres adultas caucasianas pós-menopausa, requerendo diagnóstico e tratamento adequados.

É comum que o líquen escleroso seja confundido com outras doenças, como candidíase, dermatite ou outras condições inflamatórias, o que colabora com a evolução da doença e o atraso na terapia mais apropriada, podendo levar a paciente a complicações como atrofia da região íntima, a fusão dos tecidos, a diminuição do introito vaginal, fechamento do clitóris e desenvolvimento de câncer vulvar.

Por isso, é importante que os sintomas não sejam ignorados e um especialista seja consultado o quanto antes, como ginecologista, dermatologista e até mesmo um dermatopatologista. Entre os sintomas do líquen escleroso, estão:

– Aparecimento de placas e manchas brancas;
– Inflamação na região genital;
– Coceira;
– Desconforto como dor para urinar ou durante a relação sexual;
– Fissuras localizadas.

Como diagnosticar e tratar o líquen escleroso?

A investigação da doença deve ser realizada por médicos especialistas, podendo envolver diversas áreas, como ginecologia, dermatologia e patologia, pois além da análise clínica dos sintomas e seu quadro de saúde geral, devem ser requisitados exames que possam confirmar ou descartar suspeitas, além de biópsia, um exame minucioso do tecido ao microscópio.

Nesse momento, um diagnóstico preciso e confiável é fundamental, uma vez que o líquen escleroso, como já falamos, pode ser erroneamente confundido com outros distúrbios, retardando o tratamento e agravando o quadro da doença.

Apesar de ser uma doença sem cura, com o diagnóstico correto, alguns recursos terapêuticos podem ser empregados para resolver sintomas, trazer a pigmentação e a textura normais ao local e reduzir os riscos de câncer na região vulvar. Alguns dos tratamentos possíveis para tratar o líquen escleroso são:

1. Pomada de corticoide

Um dos principais modos de tratar o líquen escleroso consiste a aplicação de pomadas ou cremes de corticoide com alta potência na região genital, a fim de diminuir coceiras e inflamações locais. No entanto, nem todas as mulheres acometidas pela doença apresentam uma boa resposta ou aderem completamente a esse método, pois exige que o uso seja regular para obter bons resultados.

2. Uso de laser

O tratamento com raios laser é recomendado para controlar a doença em mulheres que não obtêm resultados satisfatórios com o tratamento através de corticoides, além de ser indicado para casos em que haja vermelhidão, pele muito fina e surgimento de fissuras. O laser estimula o colágeno e a vascularização da vulva, tratando sintomas como coceira e dispareunia, estabilizando ao máximo o líquen escleroso e recuperando a derme e epiderme do local afetado. É um método seguro e de baixo risco, podendo ser realizado diretamente em consultório.

3. Cirurgia

Procedimentos mais invasivos, como a cirurgia, são recomendados apenas para casos avançados, em que haja o fechamento do canal vaginal ou da uretra, resolvendo problemas urinários, a liberação de secreções e permitindo relações sexuais.

Na suspeita de líquen escleroso, os profissionais adequados devem ser consultados, sempre buscando a excelência e a agilidade no diagnóstico para que o bem-estar do paciente seja prioridade, bem como a saúde íntima seja preservada e os riscos de complicações sejam reduzidos.

O Cipac é um laboratório de patologia especializado em dermatopatologia, identificando com tecnologia e capacitação as mais diversas doenças de pele, inclusive o líquen escleroso. Nossos profissionais operam com as melhores práticas e equipamentos, garantindo segurança para médicos e pacientes.

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